Desde a primeira rodada eu já havia percebido uma coisa muito preocupante no Fla 2009. Mas, por se tratar de início de temporada, primeira partida oficial, e etc, preferi não me manifestar a respeito e aguardar, no mínimo, o jogo seguinte. Veio a segunda rodada e, com ela, a constatação de que minha percepção estava correta: Cadê as jogadas ensaiadas do Flamengo?
Ora, em seus tempos de chororô, Cuca era exaltado pela quantidade e diversidade de jogadas ensaiadas de seu time, exageradamente apelidado de "carrossel".
Pois em tempos de Flamengo, Cuca parece ter esquecido de treinar com nossos jogadores as formas adequadas de adentrar à zaga dos adversários, conforme o esquema tático que nós e eles estivérmos usando.
Não que o Flamengo não esteja chegando ao ataque. Pelo contrário. Dada a fragilidade dos times que temos enfrentado, o Mengão tem dominado os jogos e pressionado os adversários com muita intensidade. Mas a coisa se dá mais pela força de vontade do que pela aplicação tática.
Basta notar que cerca de 80% das nossas jogadas terminam numa bola alçada ou num chute de fora da área. Raramente o Flamengo penetra a área adversária com toque de bola, com jogadas envolventes ou mesmo com lances individuais.
E num time que tem laterais e meias altamente habilidosos, tais como, Leo Moura, Juan, Kleberson, Ibson, Everton e Jônatas, essa estatística beira o ridículo.
Continuo perguntando: Cadê o "Carrossel" do Cuca? Cadê as jogadas ensaiadas? Contra times bons, elas farão falta.
O jogo de ontem foi mais um espetáculo deprimente no que tange às atuações da arbitragem carioca.
Gol ilegal validado, gols legais anulados, pênaltis inexistentes, agressões sem punição. Djalma Beltrami conseguiu errar de tudo um pouco.
Se influiu no resultado do jogo, com certeza sim. A favor de quem? Não se sabe. No fim das contas, tivesse ele acertado em todos os lances, o placar continuaria nos 2 a 1 para o Mengo.
Num primeiro tempo meio sonolento, o Flamengo até que chegou algumas vezes com perigo, tendo em Obina a única referência ofensiva dentro de campo.
Obina, que mais uma vez, passou em branco. Novamente ele se esforçou muito. Chegou com muito perigo, concluiu bem a maioria das jogadas, deu chapéu no zagueiro. Fez até gol de bicicleta! Pena que a jogada já estava paralisada, por posição irregular de Leo Moura.
Na melhor chance que teve no jogo, pediu pra cobrar uma penalidade cavada por Juan e foi atendido. Ajeitou, correu, deu a paradinha e mandou na trave. Decepção do camisa 18 e aplausos irônicos da torcida do Bangu.
45 minutos no zero a zero.
No intervalo, Cuca resolveu mexer no time e colocou Maxi no lugar de Kleberson, que foi um peso morto em campo na primeira etapa. O argentino deu boa movimentação ao lado direito do ataque rubronegro e mais jogadas passaram a sair por aquela ala. Não por acaso, Leo Moura também melhorou consideravelmente seu desempenho. No lado esquerdo, cabia a Everton buscar a linha-de-fundo, já que Juan se encontrava contundido por uma pancada sofrida anteriormente.
Mais uma vez o Flamengo chegava ao ataque com muita vontade e pouca organização.
Jogadas aéreas predominavam e, quase sempre, Obina concluía sem sucesso.
No fim das contas, o filme de sempre se repetiu.
Apesar do pleno domínio rubronegro, aos doze minutos, após uma jogada atrapalhada na área do Flamengo, saiu o gol do Bangu.
Rafael Suero, que havia acabado de entrar no jogo, aproveitou bola rebatida por Somália, que estava em posição irregular, e tocou na saída de Bruno.
Na sequência, Cuca fez a segunda subistituição, com a entrada de Marcelinho Paraíba no lugar de Juan. Marcelinho, que durante a semana se envolveu numa enorme polêmica sobre atraso de pagamentos e sua possível saída da Gávea, parece ter entrado em campo disposto a mostrar que os problemas extra-campo ficaram pra trás.
Se apresentando bastante pro jogo, dos pés dele saíram boas oportunidades de gol.
Jônatas, que entrou no lugar de Aírton, também melhorou bastante o toque de bola pelo meio-de-campo. Muito ativo ofensivamente, aparecia constantemente ao lado de Ibson, Leo Moura e Willians para tabelar no início das jogadas.
Chutes de fora da área não faltaram no segundo tempo: Leo Moura, Marcelinho e Ibson tentaram, este último tendo acertado o travessão. Mas o placar continuava desfavorável.
Até que Beltrami resolveu dar pênalti em cima de Maxi, numa jogada individual do argentino, onde ele errou o chute pro gol e caiu.
Desta vez Marcelinho pediu a bola e mandou pro fundo das redes. Era o empate do Mengão, aos 42.
30 segundos depois, novamente o trio de arbitragem interferiu.
Em chute de Marcelinho, a bola resvalou em Everton e entrou. Apesar da condição legal do atacante, a bandeira foi alçada e o árbitro entrou na onda, anulando o que seria a virada do Flamengo.
Mais um minuto e mais uma lambança. Bangu no ataque, Sasá recebe a bola livre dentro da área, mata, faz o gol... Mas o lance foi paralisado, mais uma vez de forma equivocada.
Aos 44, o alívio! Marcelinho cobra escanteio pela esquerda e a bola vai na cabeça de Ronaldo Angelim, que consciente, escora para o gol.
Enfim, era a virada do Mengão!
Fim de jogo. Resultado magro e três pontos garantidos, que mantém o Fla na liderança do grupo B.
Domingo, contra o Volta Redonda, vamos ver se o time vai apresentar alguma novidade nas suas triangulações.
Se tudo correr bem, será a estréia do camisa 10, Zé Roberto. E pode ser que, nas próximas rodadas, Cuca reedite o tal "carrossel", no qual o nosso Zé já foi a engrenagem principal.
É esperar pra ver.
SRN! Rumo ao Penta-Tri!
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
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