Domingo, 25 de Janeiro de 2009, o Flamengo estreeou no Campeonato Carioca, rumo ao mais um Tri-campeonato.
O palco era o Maracanã e o adversário, um calejado Friburguense, que como boa parte dos chamados "pequenos", chega a mais uma temporada disposto a dar trabalho aos clubes tradicionais.
O cenário era totalmente favorável: Um adversário que nunca nos venceu, o Maraca com aproximadamente 38.000 rubronegros cantando e apoiando o time, um solzão típico de Rio de Janeiro, o Flamengo entrosado, sem nenhum desfalque e com poucas surpresas na escalação. A galera esperava um jogo de boa qualidade e um placar tranquilo, que nos garantisse uma vitória sem muitos sustos.
Não foi bem isso que vimos.
Não que o jogo tenha sido fraco ou que o time tenha se portado mal.
Com poucas excessões, o elenco do Flamengo se mostrava bem em campo, dominando o jogo e atacando constantemente a meta do goleiro Adriano.
Adriano, aliás, é um goleiro veterano, de 40 anos de idade. Além de contar com sua experiência, Adriano estava abençoado. Foi ele, sem sombra de dúvidas, o grande nome do primeiro tempo.
No duelo travado com Obina nos primeiros 45 minutos, Adriano levou a melhor e fechou o gol, fazendo defesas difíceis. Algumas, porquê não dizer, fantásticas.
É. E o Obina não fez gol.
Ele que vinha sendo o goleador dos treinos na pré-temporada.
Ele que tanto foi elogiado pela força de vontade em não sair da linha nas férias.
Ele que, mais uma vez, passou em branco quando a coisa começou pra valer.
Mas é como diz o título deste post: Treino é treino e jogo é jogo.
Não quero e não vou crucificar o Obina. Não desta vez.
O baiano jogou até bem. Se posicionou bem, trabalhou bem as bolas que chegavam aos seus pés, e, principalmente, Obina finalizou muito bem em quase todas as oportunidades que teve.
Mas no caminho dele tinha um tal de Adriano.
E o primeiro tempo terminou no zero a zero.
O ponto mais positivo ficou por conta do estreante Willians. O Paul Tergat da Gávea mostrou que tem muita disposição e que, tanto na defesa quanto no ataque, vai ser muito útil nessa temporada. Se continuar como está, é titular fácil no Mengão 2009.
No intervalo, a típica impaciência de alguns imbecis que se dizem torcedores do Flamengo tentou se manifestar. Algumas vaias chegaram a ecoar no Maracanã, num protesto pela falta de gols.
Porém, para alívio dos que entendem que vaiar o Mengão é o mesmo que torcer contra, desta vez a manifestação negativa foi abafada por uma salva de palmas, vinda de uma arquibancada que reconheceu o esforço dos jogadores e a dificuldade imposta pelo adversário, que além do goleiro inspirado, contava com uma zaga formada por dez jogadores.
Mas, é óbvio, o resultado não agradava a ninguém.
E com o segundo tempo veio a primeira alteração: Everton entrou no lugar de um apagado Marcelinho Paraíba, figura nula na primeira etapa.
Com a volta ao gramado, o jogo ficou mais aberto. O Friburguense parecia ter entendido que, caso continuasse com a mesma postura, um gol do Flamengo seria só questão de tempo. Desta forma, o time voltou disposto a tentar o resultado e o inesperado aconteceu.
Aos dois minutos, Thiago chutou de fora da área, Bruno espalmou e o apoiador Victor Hugo tocou pro fundo do gol.
E foi aí que começou o problema. Como já é de costume no futebol brasileiro, principalmente no Rio de Janeiro, a arbitragem resolveu aparecer mais do que os jogadores e criou mais uma de suas prezepadas.
O auxiliar Antônio Muniz de Oliveira levantou sua bandeira, assinalando irregularidade e invalidando o gol do time de Nova Friburgo.
O mais grave de tudo isso é que, no momento da jogada, o autor do gol estava em posição legal, mais de três metros atrás do primeiro defensor do Flamengo. Pra piorar a situação, não era só um zagueiro dando condição, mas três.
E ainda assim, mesmo sob protestos, o árbitro Leonardo Garcia soprou o apito, acatando a decisão de seu auxiliar e jogando por água abaixo a credibilidade de uma ainda possível vitória rubronegra.
O problema da arbitragem carioca é crônico. Apenas um dia antes, numa partida válida também pela primeira rodada de nosso estadual, um outro "gênio" do apito estava determinantemente decidido a validar um gol a favor de nosso rival mais chorão, no qual a bola tinha entrado por fora, através de um furo na rede.
Ele teimou, teimou, teimou, apontou o centro de campo por quatro vezes e, depois de quase apanhar de um dos seus auxiliares, voltou atrás e anulou o lance bizarro.
Mas, voltemos ao que interessa.
Depois do gol anulado, o Friburguense sentiu que podia abrir o placar (mais uma vez) e garantir um bom resultado. E se lançou à frente com mais liberdade.
O que abriu espaços para o ataque do Flamengo que, depois de muito tentar, chegou ao gol num contra-ataque iniciado e concluído por Juan aos treze minutos.
Já era de se esperar que a jogada de um possível gol rubronegro viesse pelo lado esquerdo, dada a fraquíssima atuação de Leo Moura.
Com participação de Everton, Ibson e Obina na jogada, a bola sobrou quase em cima da linha, após mais uma defesa do goleiro Adriano. Juan chegou embalado e concluiu o lance, chutando pro fundo da rede e saindo pra comemorar frente à galera.
Daí até o final do jogo, o ritmo diminuiu e ambos os times se arriscavam muito pouco.
O Fla ainda teve boas oportunidades com Obina (duas) e Ibson, mas ficou por isso mesmo. Flamengo um a zero. E um sorriso amarelado pela sensação de que, sem a ajudinha do bandeira, nossa estréia poderia ter sido muito problemática.
Pra completar o espetáculo de mau gosto do trio de arbitragem, o homem do apito, que já havia errado na conta dos acréscimos do primeiro tempo, fez besteira também no segundo. Apontou quatro minutos, fez valer só dois.
Amanhã tem Bangu. Reedição de um jogo que foi considerado um clássico e que já a algum tempo não fazia parte das nossas trajetórias.
SRN! Rumo ao Penta-Tri!
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário